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Criptomoedas: entenda como operava a InDeal Investimentos

Com o crescimento da popularidade dos investimentos em criptomoedas e o rápido desenvolvimento do setor de blockchain, pessoas más intencionadas aproveitam a oportunidade para enganar investidores com pouco conhecimento sobre o mercado. A promessa costuma ser a mesma e atrai muitos desavisados: ganhar dinheiro facilmente.

Somente no último ano, as perdas de criptomoedas por roubo e atividades relacionadas a fraudes no mundo todo registraram a soma de US$ 1,2 bilhão. Por isso, toda atenção é exigida na hora de fazer seus investimentos em criptomoeda, tomando cuidado para não se envolver em esquemas de pirâmide financeira – modalidade bastante comum neste meio. 

Um caso mais recente no Brasil foi a fraude da InDeal Investimentos, empresa gaúcha que movimentou R$ 700 milhões em apenas seis meses, com promessas de ganhos de 15% por mês aos seus clientes.

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O esquema fraudulento da InDeal Investimentos

A InDeal Investimentos atuava sem ter autorização do Bacen (Banco Central). Ela teria enganado mais de 20 mil pessoas, prometendo altos ganhos em apenas um mês. A empresa utilizou da popularidade dos ativos digitais para criar um produto financeiro considerado fraudulento.

A investigação, iniciada em 2019, apurou como atuava a InDeal, cuja sede estava na cidade de Novo Hamburgo, na região gaúcha do Vale dos Sinos. Basicamente, a empresa captava vastos recursos de terceiros, dizendo que o dinheiro seria investido em criptomoedas. A empresa se comprometia a proporcionar um retorno de no mínimo 15% já no primeiro mês. A empresa citava o suposto investimento em criptomoedas às vítimas como o serviço a ser operado com os valores depositados. No entanto, o dinheiro seria aplicado em outros investimentos e na compra de bens.

A InDeal possuía milhares de clientes em todo o Brasil e causou um prejuízo estimado em cerca de R$1 bilhão. De acordo com o que foi investigado pela Polícia Federal, os antigos sócios da empresa aumentaram o valor dos seus bens na casa dos milhões em pouco tempo.

A investigação identificou que a empresa possuía conta em 3 instituições bancárias e que 80% das vítimas do golpe fizeram aportes de pelo menos R$ 20 mil. Foram feitas aplicações de pelo menos 3 mil agências em 823 municípios brasileiros, sendo que mais da metade foi feita na região sul. Apenas o RS contabilizou depósitos de 288 municípios. O estado também foi campeão em valores investidos.

Os ex-sócios da InDeal respondem por diversos crimes, como manter uma instituição financeira sem ter autorização, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, apropriação indébita financeira e organização criminosa.

Como identificar uma pirâmide financeira

Para evitar cair em ciladas que podem resultar em enormes prejuízos, é importante saber identificar um esquema do tipo. Os esquemas de pirâmide, no geral, têm em comum três características:

  1. Ausência de um produto a ser comercializado
  2. Promessa de alta rentabilidade em pouco tempo
  3. Garantia de rendimento sobre o capital investido

Olhando para estes três aspectos, pode até parecer fácil identificar esse tipo de esquema. Porém, é preciso estar alerta ao fato de que muitas pirâmides se disfarçam como empresas de investimentos. Com aparência de legalidade – e, mais ainda, de algo inofensivo, são oferecidas pseudo aplicações financeiras como uma oportunidade imperdível de ganhar dinheiro.

Muitas vezes, os investidores desavisados sequer percebem que caíram em uma armadilha. Isso porque alguns golpes operam de forma sofisticada, trazendo elementos novos e originais para fazer novas vítimas.

Por isso, desconfie sempre de empresas com fórmulas milagrosas de se conseguir altas quantias de dinheiro de uma forma fácil e rápida. Busque empresas que sejam realmente especializadas. Em caso de dúvidas, consulte a CVM.

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