Investimentos

O que é mini-índice Bovespa e como investir nele?

Indice

Um mini-índice é, em geral, um contrato futuro derivado de algum índice. Por isso, quando falamos em mini-índice no Brasil, estamos nos referindo a um contrato futuro ligado ao Índice Bovespa, ou Ibovespa.

Portanto, o mini-índice Bovespa (WIN) é um ativo cujo valor flutua conforme a oscilação do próprio índice Ibovespa. O seu valor, por ser um mini-índice, é menor que o do índice futuro “cheio”. Portanto, ele se torna mais acessível para investidores com menos capital.

Artigos relacionados

A pontuação do mini-índice equivale a 20% da pontuação principal, ou seja, do índice cheio. Com isso, uma variação de 1 ponto no Ibovespa equivale a um lucro (ou prejuízo) de R$0,20 no mini-índice.

Como não é necessário tanto dinheiro para investimentos no mini-índice, em comparação com o índice cheio, eles acabam sendo negociados com uma facilidade maior. De fato, é relativamente fácil encontrá-los na B3, por meio do Mercado Futuro. Nesse mercado, pode-se celebrar facilmente os contratos de compra e venda desse tipo de ativo para uma data futura.

Para que você compreenda melhor como isso tudo funciona na prática, explicamos o que são minicontratos em geral. A seguir, mostramos como se dá a negociação de mini-índices no Brasil.

O que são os minicontratos?

Minicontratos são uma forma inteligente e cada vez mais popular de negociar no mercado financeiro mesmo tendo pouco dinheiro disponível. Entre os tipos de minicontratos disponíveis no Brasil, os mais conhecidos são o mini-índice e o mini dólar. Ambos têm suas vantagens e desvantagens, não apenas em relação a outros instrumentos financeiros, mas também quando comparados entre si.

De qualquer forma, seu benefício principal é inegável: a possibilidade de investir menos, mas investir mais. E por que isso é tão importante, a ponto de fazer tantas pessoas decorarem cada código mini-índice e código mini dólar existente?

Por muito tempo, as pessoas tiveram medo de entrar no universo dos investimentos na Bolsa de Valores porque achavam que não tinha “bala na agulha” suficiente. Ou seja, pensavam que só poderiam investir em ativos financeiros se tivessem uma grande quantia disponível em dinheiro. Na verdade, essa ideia ainda não desapareceu por completo, e com certa razão. Afinal, ainda há muitos ativos na Bolsa, por exemplo, que valem muito e não estão disponíveis para qualquer investidor.

No entanto, com o passar do tempo, os investimentos na Bolsa de Valores e no mercado de câmbio, por exemplo, foram ficando mais e mais acessíveis. Na verdade, chegaram a praticamente todos os perfis de investidores. Essa  transformação  pode ser explicada não apenas pela maior facilidade em acessar plataformas de investimento, mas também pela diminuição do valor mínimo necessário para se investir.

Além disso, surgiram produtos específicos para sanar esse “vazio” no mercado financeiro local. É nisso que entram os mini contratos, cujos dois principais exemplos no Brasil são o mini-índice e o mini dólar. Eles oferecem o incrível diferencial de unir praticidade e custo baixo num mesmo produto.

Neste artigo, explicamos como funcionam o mini-índice e o mini dólar, quais são as principais diferenças entre eles e como se pode investir em cada caso. Nosso objetivo é fornecer toda a informação básica para quem deseja dar os primeiros passos e criar estratégias de investimento nesse sentido. Para isso, no entanto, precisaremos voltar um pouco e explicar alguns princípios ainda mais básicos.

O que é o Ibovespa

Nosso primeiro tópico neste guia é o mini-índice. Porém, para explicar em detalhes do que se trata esse tipo de contrato, precisamos deixar claro o que é o Ibovespa. Afinal, quando falamos em mini-índice no Brasil, estamos falando especificamente do mini-índice do Ibovespa, negociado na Bolsa em São Paulo.

Pois bem. O Ibovespa, muitas vezes chamado de Ibov ou pelo seu nome original (Índice Bovespa), é o indicador mais conhecido da Bolsa de Valores do Brasil, a B3. O Ibovespa serve como uma espécie de termômetro que mede o desempenho das ações negociadas na B3, antigamente conhecida como Bolsa de Valores de São Paulo. O índice é baseado nas ações principais da B3, servindo assim como indicador do momento pelo qual passa o mercado de capitais brasileiro.

O Ibovespa é largamente comentado na mídia e é acompanhado de perto por profissionais do mercado financeiro, bem como pelos traders particulares ou “amadores”. Não surpreende, portanto, que muita gente tenha vontade de investir no próprio índice, rastreado por papéis de empresas importantes no mercado brasileiro.

Obviamente, isso não é tão simples assim. Afinal, o Ibovespa é composto por várias dezenas de ações. Ou seja, seria bem complicado adquirir todas ou mesmo uma parte significativa das ações de modo individual. E comprar uma parte pequena delas tiraria todo o sentido de fiar-se no indicador.

O mercado financeiro, claro, sempre tem uma resposta para problemas como esse. E foi assim que surgiram os contratos futuros de índice. Como o próprio nome indica, esses contratos são negociados no Mercado Futuro, um ambiente que faz parte da própria Bolsa. Graças a esse mecanismo, os investidores podem especular seguindo a oscilação do Ibovespa. O contrato ficou conhecido, então, como Índice Futuro.

Atualmente, pode-se investir nesse indicador por meio de dois instrumentos diferentes:

  • Índice cheio (sigla IND)
  • Mini-índice (sigla WIN)

Talvez você nunca tenha ouvido falar em contratos futuros relacionados a índices. Isso é normal. Afinal, na maioria dos casos, colocamos o foco sobre as ações de empresas e esquecemos da grande variedade de ativos que existem além delas no mercado financeiro.  Neste caso específico, estamos falando de um produto que, se bem estudado, pode dar a você a possibilidade de acessar uma nova gama de títulos de empresas na B3.

Como funciona o mini-índice

A lógica por trás do mini-índice é como a de outros contratos de ativos no mercado financeiro. Basicamente, quando o Ibovespa oscila, os minicontratos baseados nesse índice também variam na mesma direção. A diferença, no caso, é a magnitude dessa variação. Se o índice oscila 2 pontos para cima, por exemplo, o mini-índice tem um ganho de R$0,40. O inverso ocorreria em caso de queda do Ibovespa.

O lote mínimo negociado para o mini-índice é igual a 1 contrato. Ou seja, essa é a posição mínima a partir da qual se pode investir nessa modalidade. O valor a investir terá relação com o nível do Ibovespa no momento da compra. Da mesma forma, os ganhos e perdas estarão relacionados com o nível do Ibovespa.

Para calcular o desempenho de um mini-índice, portanto, basta seguir esta fórmula:

Desempenho = Número de contratos x Variação de pontos x R$0,20

Se o investidor tiver 2 contratos de mini-índice comprados a 100.000 pontos e for vendê-los a 101.000 pontos, o lucro se dará da seguinte forma:

Desempenho = 2 x 1.000 x R$0,20 = R$400

É importante ter em mente, no entanto, que há diferentes mini-índices da B3 conforme o vencimento. Ou seja, pode haver minicontratos com datas diferentes. Para facilitar a vida do investidor, isso é indicado com um código mini-índice em cada caso. Cada mini-índice código inclui uma letra que se refere ao mês do vencimento, enquanto há dois números que indicam o ano do vencimento.

Confira na tabela abaixo as letras que correspondem a cada mês no código do mini-índice:

MêsCódigo mini-índice
JaneiroF
FevereiroG
MarçoH
AbrilJ
MaioK
JunhoM
JulhoN
AgostoQ
SetembroU
OutubroV
NovembroX
DezembroZ

Como dito anteriormente, o código principal para mini-índices é WIN. Portanto, reunindo as partes, o código mini-índice janeiro 2022 seria igual a WINF22. Já o código mini-índice dezembro 2021 seria WINZ21, e assim por diante.

Esse conhecimento é essencial para que você possa identificar boas oportunidades e obter os melhores resultados por meio de seus investimentos. Saber as siglas e o significado de cada ativo pode facilitar a localização da oportunidade que melhor se adapta ao seu plano.

Como investir no mini-índice Bovespa

Como mencionamos no início do artigo, a conveniência do investimento é uma grande vantagem que existe hoje em dia. Quem quiser investir na volatilidade do Ibovespa por meio de contratos futuros pode fazê-lo facilmente pela internet. E há muitas plataformas que oferecem essa possibilidade de atuar no mercado financeiro.

Em geral, para investir em mini-índices, basta seguir estes passos:

  1. Abra uma conta na corretora de sua preferência, caso ainda não tenha acesso a uma plataforma com essa funcionalidade
  1. Faça login na plataforma e procure pela opção de investimento em mini-índices
  1. Consulte as opções conforme o prazo e o valor mínimo para investir. Avalie, então, o quanto pode ganhar ou perder numa operação e se ela vale a pena
  1. Caso decida investir, basta confirmar o número de contratos desejado e, depois, acompanhar o seu desempenho

Estratégias com mini-índice

Algo interessante em relação às negociações que envolvem mini-índices é que muitas pessoas não sabem o quanto eles são uma forma interessante de proteger investimentos. Afinal, eles podem servir de apoio a uma estratégia de hedge, cobrindo o preço futuro de outros ativos.

Isso também significa que, se o valor do próprio ativo (de uma ou mais ações que compõem o Ibovespa) cair, você pode perder. No entanto, caso compre um contrato de mini-índice e execute uma estratégia para hedge, você pode minimizar esse risco. Isso ocorre porque mesmo com as ações do índice se desvalorizando, a posição de hedge reduz o risco. Observar as tendências é importante para saber quando adotar esse recurso.

Mas não é apenas para hedge que os mini-índices são uma opção interessante, logicamente. Você pode usá-los não apenas para diminuir perdas, mas também para obter bons lucros. Nesse sentido, uma forma interessante de extrair o que eles oferecem de melhor é operando no day trade. Afinal, desse modo, você pode aproveitar oscilações bruscas e de curtíssimo prazo das ações que compõem o Ibovespa.

O que é o mini dólar

Outro minicontrato interessante para quem procura por opções diferentes no mercado financeiro é o mini dólar. Ele segue a mesma lógica do mini-índice. Neste caso, estamos falando de minicontratos de dólar que são negociados, também, no Mercado Futuro da B3. Ele corresponde, da mesma forma, a 20% de um contrato futuro do dólar “cheio”. Ou seja, é um compromisso de compra/venda de dólar com valor reduzido.

Em geral, o minicontrato de dólar futuro negociado no Brasil é um acordo de compra/venda no valor de US$10.000,00. Esse preço, no entanto, pode ser negociado no momento do acordo, não ficando necessariamente no mesmo patamar. Além disso, são feitos ajustes diários após conferência da B3, o que leva a acertos nas contas dos investidores.

Para investir em contratos desse tipo no Brasil, é preciso selecionar a data de vencimento, que é sempre no primeiro dia útil de cada mês do ano. Os contratos de mini dólar ficam disponíveis para negociação das 9h às 18h sempre nos dias úteis. Sua cotação é em reais, e cada lote tem, como padrão, um contrato.

Num primeiro momento, pode parecer até complicado, mas é bem mais simples do que pode parecer. Para tomar a decisão certa de investimento, você precisa considerar o preço (convertido em reais brasileiros) de uma quantia específica em dólares americanos para alguma data futura. Portanto, pode-se estimar se haverá uma valorização e se compensa mais comprar ou vender um contrato de mini dólar.

Como investir em mini dólar

Para investir no mini dólar, é preciso ter conta numa corretora de valores, assim como ocorre com o mini-índice. Então, você poderá acessar a plataforma online de negociação e realizar operações desse gênero. Na maioria dos casos, é possível acessar esse tipo de plataforma a partir de qualquer dispositivo, incluindo computador, smartphone e tablet.

As operações com mini dólar têm códigos semelhantes aos dos mini-índices. O que muda, no caso, é a parte inicial. O código mini dólar, no caso, é referido com WDO. Já o restante não muda, seguindo o mesmo padrão do código mini-índice. Portanto, um código de mini dólar completo, com prazo para novembro de 2021, seria: WDOX21. 

Após avaliar as opções e, se necessário, consultar especialistas no assunto, basta escolher o minicontrato desejado. Ou seja, aquele que atende melhor ao que você deseja em termos de lucratividade e risco. É importante lembrar, no entanto, que há uma margem de garantia exigida pelas corretoras para a negociação deste instrumento. Afinal, elas querem se assegurar de que os investidores podem arcar com eventuais prejuízos.

O recurso à margem de garantia também permite que se alavanque as operações. Desse modo, é possível movimentar valores acima do que há disponível em conta. Obviamente, esse tipo de operação também traz riscos, visto que os prejuízos podem ocorrer com o mesmo grau de alavancagem. Então, é importante avaliar o quanto vale correr esse risco.

Vale a pena investir em mini dólar?

Como ocorre com praticamente qualquer tipo de investimento, a resposta a essa pergunta é “depende”. Os investimentos em mini dólar são uma boa alternativa quando se deseja atuar especificamente no Mercado Futuro. Isso é ainda mais verdade quando o investidor não tem um capital especialmente grande para operações em dólar futuro.

Uma boa notícia é o fato de esta ser uma forma rápida e flexível de investir no mercado futuro. Afinal, é possível optar por prazos relativamente curtos e não ficar com o capital parado por um longo período. Nesse sentido, o mini dólar pode ser um complemento interessante para uma carteira bem estruturada.

Mesmo assim, os contratos de mini dólar têm riscos, principalmente devido às constantes oscilações do mercado. Portanto, caso você não tenha experiência significativa em renda variável, deve evitar tomar decisões impulsivas e estudar bem cada passo.

Mini-índice vs. mini dólar

Quando se fala em minicontratos, normalmente surgem dúvidas sobre investir em contratos do tipo mini-índice ou mini dólar. Mais especificamente, os interessados passam a se perguntar sobre qual opção é melhor. A verdade, no entanto, é que não há escolha ideal entre mini-índice e mini dólar. Portanto, a decisão mais sensata deve levar em conta o ativo com o qual você está mais acostumado a negociar: ações ou dólar.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo